segunda-feira, 5 de outubro de 2009

hoje é 5 de Outubro, dia de trabalho

Hoje é 5 de Outubro. há precisamente 99 anos e 1 dia caíu a Monarquia portuguesa, tendo sido substituída por uma república que, com um intervalo de 48 anos (em 99!), ainda subsiste.

há mais ou menos 100 anos a república era apresentada pelos seus apoiantes como sendo a varinha mágica que iria resolver todos os problemas do País. tudo foi prometido em nome da república. tudo como num conto de fadas.

e tudo falhou, tendo a implantação da república, essa mera conspiração maçónica, e a anarquia que se lhe seguiu destruído a democracia e a liberdade de expressão.

pela bagunça que criou. pela miséria e pobreza que gerou.

quarenta e cinco governos, oito eleições gerais e oito presidentes em quinze anos e oito meses, a república portuguesa foi o regime parlamentar mais instável da Europa ocidental do seu tempo.

Foi o período, de todo o Séc. XX, em que Portugal mais empobreceu.

dele escreveu Vasco Pulido Valente:

"Entre os anti-revisionistas que pouco valor de redenção atribuem à Primeira República conta-se o historiador Vasco Pulido Valente, com a sua notável erudição. Para Pulido Valente, a República não dispunha de apoio nas áreas rurais, mas apenas em Lisboa e no Porto e talvez em Coimbra. E só o «terror popular», dirigido pela Carbonária, manteve de pé a República nos primeiros anos. A reavaliação negativa que Pulido Valente fez da Primeira República sublinha o facto de as estreitas bases regionais e sociais do movimento republicano o terem condenado a pôr em prática uma política de estagnação económica e de repressão sistemática dos movimentos operários socialistas, anarco-sindicalistas e de outras orientações. Diferentemente de Oliveira Marques, que interpretou o liberalismo monárquico quer como estando mortalmente ferido, quer como herança fatal do passado, Pulido Valente considera a morte do «liberalismo manárquico em 1910-1912, às mãos republicanas, como a falha principal da República», uma vez que, segundo ele sugere, «o liberalismo monárquico era a única esperança de um governo estável em Portugal»" (extraído de: Douglas Wheeler, Análise Social, Vol XIV, 1978-4º, 865-872)

Refere ainda o artigo de Douglas Wheeler:

"Registaram-se diversas ondas de movimentação populacional: tendo por origem a desilusão com a República, no período de 1910-15 houve uma emigração maciça para o Brasil e a América do Norte. As greves abalaram o País, especialmente durante 1910-17 e 1919-21. Devido à sua política estrangeira e colonial, aquilo que constituiu até então a maior mobilização militar da história de Portugal deu origem a que milhares de soldados fossem embarcados para África (1914-18) ou para a Flandres (1916-18). Outras formas de mobilização de massas, numa escala desconhecida no País, incluíram as insurreições civis e militares, a mobilização civil dirigida pela Carbonária, pelo PRP e diversas outras organizações da esquerda e da direita, o crescimento dos grupos de juventude católicos e monárquicos a partir de 1917 e a formação de vários grupos de élite dedicados ao estudo e à acção, como a Seara Nova, que procuravam receitas para a salvação nacional. (...) O insucesso da República exprimiu-se sob a forma de uma crise política muito prolongada, de uma guerra civil interrompida, de um latente estado de sítio, em que um partido, o Democrático, conservou geralmente o monopólio do poder no Parlamento e na Administração. O derrubamento deste sistema político de imobilismo por uma organização de oficiais direitistas do exército tornou-se possível graças a uma conjugação de factores: o ressentimento, por parte do corpo de oficiais, de uma injustiça colectiva, assim como o desempenho de um papel histórico na política, o aparecimento de uma unidade temporária de direita como reacção contra as ameaças aos privilégios por parte das reformas sociais e económicas de esquerda da República em 1923-25, a fragmentação da esquerda e o descrédito geral do sistema de partidos políticos, assim como o afastamento decisivo das classes médias em relação à República. (...) A República debatia-se com graves problemas de autoridade C segurança. A violência nas ruas atingia pontos sem precedentes e eram elevados os prejuízos em vidas humanas, bens, energias e tempo. Além das baixas causadas pela guerra, pelo menos três mil ou, possivelmente, quatro a cinco mil portugueses morreram em consequência de conflitos civis durante a Primeira República e milhares de outros ficaram feridos. Houve a detenção e o encarceramento de milhares de cidadãos, monárquicos e republicanos. Vários milhares foram deportados para as colónias africanas. Além desta mobilização penal, geralmente disfarçada por explicações políticas, registava-se uma retirada de confiança por parte das classes mais abastadas e uma vasta fuga de capitais." (fim de citação)

este cenário contrasta claramente com a imagem de paraíso que a esquerda quer fazer passar sobre a primeira república. perante um cenário como o descrito neste artigo, comemorar a implantação de um regime assim só pode ser coisa de gente doida.

este feriado deve acabar. e passar a ser dia de trabalho, para que todos esqueçamos esse período negro da história de Portugal.

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