sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

100 anos de República...

O texto a seguir não é da minha autoria. Pelo seu teor, merece transcrição.

Sem mais delongas...

" Mais de 500 iniciativas e 10 milhões de euros em 365 dias!!!!
Esta é a estimativa, sem derrapagens das comemorações do centenário da república.

(In)felizmente que se comemora a implantação da república e não a existência de Portugal como País independente, que ocorreu a 5 de Outubro de 1143 em Zamora, porque não sei quais seriam os custos de 900 anos da nossa história.
Será importante numa altura de crise, numa altura em que aumenta o desemprego em que fecham diariamente pequenas e médias empresas, reflectir sobre os custos desta nossa República e das comemorações do seu centenário.
De facto, em cerca de 900 anos de história, 800 foram passados em regime Monárquico.
Foi sob essa forma de regime que Portugal se tornou um País independente, foi sob essa forma de regime que defendeu a sua independência e fixou as suas actuais fronteiras.
Foi ainda, sob esse regime que Portugal deu a conhecer novos mundos ao Mundo e que surgiram e se desenvolveram os futuros Países Lusófonos.
Foi durante o regime Monárquico que se deu a independência do Brasil, uma descolonização exemplar, sendo hoje uma das grandes potências a nível mundial e seguramente a maior da América Latina.
Foi com o regime Monárquico que Portugal aboliu em 1 de Julho de 1867 a pena de morte.
Portugal foi o primeiro estado do mundo a prever a abolição da pena de morte na Lei Constitucional.
A esse propósito escreveu Victor Hugo:
Está pois a pena de morte abolida nesse nobre Portugal, pequeno povo que tem uma grande história. (...) Felicito a vossa nação. Portugal dá o exemplo à Europa. Desfrutai de antemão essa imensa glória. A Europa imitará Portugal. Morte à morte! Guerra à guerra! Viva a vida! Ódio ao ódio. A liberdade é uma cidade imensa da qual todos somos concidadãos
E ainda, foi durante o regime Monárquico que Portugal aboliu a escravatura em 1869, tornando-se o 1º País do Mundo a abolir tal prática.
"Fica abolido o estado de escravidão em todos os territórios da monarquia portuguesa, desde o dia da publicação do presente decreto.Todos os indivíduos dos dois sexos, sem excepção alguma, que no mencionado dia se acharem na condição de escravos, passarão à de libertos e gozarão de todos os direitos e ficarão sujeitos a todos o deveres concedidos e impostos aos libertos pelo decreto de 19 de Dezembro de 1854."D. Luís, Diário do Governo, 27 de Fevereiro de 1869
“Os primeiros escravos a serem libertados foram os de pertença do Estado, pelo Decreto de 1854, mais tarde, das igrejas, pelo Decreto de 1856. Com a lei de 25 de Fevereiro de 1869 proclamou-se a abolição da escravatura em todo o império português.”

Passemos agora em revista os 100 anos da República Portuguesa.
Ditadura Militar – 1926 a 1933 (8 anos)
Estado Novo – 1933 a 1974 (41 anos)
PREC – 1974 a 1976 (2 anos)
Total – 50 anos

Será que as comemorações dos 100 anos da República Portuguesa se vão resumir aos últimos 36 (com o PREC incluído…. ou não) e aos primeiros 16?
Será que se vão “esquecer” da “exemplar descolonização”, será que se vão esquecer das sevícias do PREC, será que vão branquear Timor?
Vamos gastar 10 milhões de euros do orçamento do Estado a comemorar exactamente o quê?

O assassinato do Rei D. Carlos e do Príncipe D. Luís Filipe?
Salazar, Marcelo Caetano e o Estado Novo?
As prisões arbitrárias e as sevícias do PREC?
As invasões e ocupações das propriedades privadas?
Os assaltos às sedes dos partidos políticos?
A descolonização exemplar? No maior desrespeito por todos aqueles que trabalharam para ajudar a construir os futuros Países Lusófonos.
Timor?

Ou será……………

Que vão comemorar o novo aeroporto de Lisboa?
O TGV?
Os estabelecimentos prisionais que o Estado vendeu e de que agora é inquilino?
O BPN e o sistema bancário português?
A justiça Republicana (Processo Casa Pia, Freeport, Face Oculta, só para lembrar os mais recentes)?
Ou será o Ensino Público?
Provavelmente é a Saúde Pública?

É preciso ver as comemorações do 5 de Outubro, para perceber a multidão entusiasmada que se reúne para tal.
E quanta gente nova, a juventude desde País adere massivamente a tais comemorações.

Alguém será capaz de me explicar, pois eu não consigo entender, para que são precisos 10 milhões de euros para comemorar os 100 Anos da República Portuguesa?
Só me resta acrescentar……….

PORTUGAL, PORTUGAL, PORTUGAL, VIVA PORTUGAL "

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