domingo, 6 de setembro de 2009

até a selecção se afunda! e aindam cantam os parabéns a Sócrates

Ontem a selecção portuguesa de futebol empatou na Dinamarca, com um golo brasileiro a salvar a honra do convento português. É practicamente impossível o apuramento, o que é uma vergonha!

No entanto, se há mundial onde Portugal tem fortes motivos para estar presente, seria este. Vai realizar-se na África do Sul. Neste País há uma razoável comunidade lusitana. Só isso não chega, dirão alguns, pois outros mundiais houve em países onde existem muitos emigrantes portugueses e a nossa selecção não foi apurada.

Certo, mas nenhum ocorreu numa zona onde Portugal tem tão fortes interesses geo-estratégicos como este. Se há questão fundamental na política externa portuguesa é a região de África onde se inserem Angola e Moçambique. Por tudo. 500 anos de história em comum. A mesma língua. Grandes comunidades moçambicanas e angolanas a viverem em Portugal. Muitos portugueses nascidos em Angola ou Moçambique. Um número crescente de portugueses emigrados em Angola ou Moçambique. Crescentes interesses angolanos em Portugal, onde têm posições-chave em empresas bandeira como a GALP e o BCP-Millenium.

Mas, muito mais importante do que isso, é o laço afectivo entre os povos, de onde tudo nasce. Homens que seguem semana a semana o campeonato português. Que são primeiro do Benfica, do Porto ou do Sporting e só depois do ASA de Luanda, do Académica Petrólios do Kuanda Soyo, do Sport Luanda e Benfica, da Associação Académica de Maputo ou do Sport Quelimane e Benfica. E seria tão importante esta gente poder ver de perto os seus ídolos, o guarda redes do Benfica, o defesa central do Porto ou o ponta de lança do Sporting. Mesmo se fossem poucos a irem directamente aos estádios. Mesmo se muitos os vissem só pela televisão, mas saberiam que estavam tão perto de suas casas, que estavam mesmo ali ao lado. Os seus jogadores.

Se há crime de "lesa-Majestade", este não apuramento sê-lo-á certamente.

PS: hoje cantou-se os parabéns a José Sócrates, no Coliseu. Pena é que não fosse no meio do de Roma, politicamente falando.

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