terça-feira, 8 de setembro de 2009

Louçã, o nacionalizado socialista

Acho impressionante que, num País onde, num conjunto significativo de municípios, as câmaras municipais são os maiores empregadores da zona, ainda se discuta nacionalizações!
Acho impressionante que, num País que experimentou há 35 anos uma trágica experiência de nacionalizações que destruíram o tecido industrial e financeiro, que experimentou uma vaga de ocupação de terras que destruiram a estrutura de produção agrícola nas zonas onde foram implementadas, que experimentou um PREC que provocou atraso, pobreza, perda de credibilidade nacional, divisão do País, ainda se discuta nacionalizações.
Algum investidor vai aplicar o seu capital num país que nacionaliza por mero preconceito ideológico, como quer o Sr. Louçã?
Gente inteligente e honesta teria aprendido a lição e teria banido esta palavra do vocabulário português. Os portugueses mais velhos viram a tragédia. O Prof valentim Xavier Pintado qualificou-a como "o maior atentado à economia portuguesa em 800 anos de história".

No entanto, Louçã defende nacionalizações.

Nem me vou ocupar com questões do género: "com que dinheiro é que as pagava?". Porque, provavelmente, não seria para pagar. Antes, vou ocupar-me mais da pessoa.

Há muito de Hitler em Francisco Louçã. Ambos são radicais nas opções que defendem. Por isso impermeáveis a consensos. Ambos são bons oradores, conseguindo levar as multidões de espectadores ao êxtase. Por isso facilmente aldrabam - como já vi escrito algures, "todo o bom aldrabão, pelo paleio ninguém o leva preso".

Ambos padecem de uma profunda soberba. Por isso nada os trava. Ambos são implacáveis com os seus opositores, querendo fazer tudo ao seu alcance para os destruir. Por isso Louçã não se dá por satisfeito com soluções intermédias, quer sempre implementar soluções que esmaguem o adversário. Ambos são provocadores. Por isso Louçã nunca cumpre protocolos. Ambos são populistas. Por isso falam fácil e dizem coisas impossíveis ou estúpidas, mas que o povo gosta. Por exemplo: quem tem lucros não despede!
Hitler usou os judeus como bodes espiatórios. Louçã usa os patrões como bodes espiatórios.
Ambos põem os seus ideais acima de tudo. Sobretudo acima das pessoas.
Ambos se julgam homens de génio predestinados para desempenhar a sua missão até à morte.
Hitler destruíu a Alemanha, fazendo-a escrever a página mais negra da sua história. Que a Alemanha não merecia.
Louçã, por puro fundamentalismo ideológico e dogmático, quase religioso e que uma simples observação da realidade existente por esse mundo fora desmentiria completamente, quer destruir a ordem social portuguesa. Espicaça ódios (por ex.: contra os patrões), estimula a revolta fácil (por ex.: contra os ricos), promove quase só causas fracturantes, para colocar em causa instituições estruturantes da sociedade como a Igreja, que ele julga travarem a implementação dos seus ideais. Ambos têm um discurso mais de destruir do que construir. ambos querem vencer destruindo.
Em Hitler o resultado viu-se. Em Louçã está a ver-se, ainda que ele não tenha necessitado de chegar ao poder.

Muitos diriam que o estilo é novo. Antes pelo contrário, é velho e provou ser trágico.
Louçã não percebe que o homem foi feito para ser livre. Não para se perder em lutas nem em confrontações, mas sim para, de entre outras coisas, trabalhar para o seu sustento e dos seus.

Louçã não quer perceber que quando se gasta a riqueza acumulada pelo próprio ou por outrém para sobreviver, se está a empobrecer. Louçã não quer perceber que a pobreza combate-se estimulando a criação de riqueza. Louçã não percebe que que a estimulação da criação de riqueza é feita com trabalho pelas empresas. Louçã não percebe que as empresas, para existirem, necessitam de capital financeiro e humano. Alguém com dinheiro que tenha vontade e determinação em avançar com as coisas. A esses Louçã quer tirar-lhes o dinheiro. E assim a vontade, certamente, morrerá.

Louçã não quer saber que o progresso é construído por pessoas. Pessoas que, com trabalho, querem ir mais além. Dizia Adam Smith: a única fonte de produção de riqueza é o trabalho. Louçã não quer saber, quer é sugar o trabalho daqueles que se esforçam, sugando-lhes a legítima recompensa do seu suor. Sim, que aquele que trabalha deverá ser o maior beneficiado do seu suor. Mas Louçã não pensa assim.
Loução não quer perceber que as pessoas devem viver da riqueza criada pelo seu próprio trabalho. E não da riqueza criada pelo trabalho dos outros.

Louçã não quer perceber que um governo, em democracia, governa para todos, para os que o apoiam e para os que não o apoiam. Daí a necessidade que os políticos razoáveis têm de gerar consensos. Porque esses políticos respeitam a pluralidade. Progressistas e conservadores. Direita e esquerda. Democracia não é a ditadura da maioria.
Em Louçã não há ponderação, não há bom senso, não há moderação, não há negociação, não há respeito.

Não há cedência.

O perigo é real.

Há 100 anos que o País não crescia tão pouco. E foi desde que o Louçã ganhou algum protagonismo.

Obama, nas poucas vezes que disse alguma coisa de jeito, atribuiu a responsabilidade do atraso do continente africano aos maus governos que passaram pelos países africanos após a descolonização. Maus governos, connosco, é desde há mais tempo. Já vem da 1ª república.

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